O apóstolo Paulo captou o pleno significado do ensino de Jesus sobre livrar-se da preocupação. Fazendo as vezes de cabide de túnicas durante o apedrejamento de Estêvão e atuando como mentor da matança dos cristãos, Paulo bem poderia ter se tornado um caso patológico se tivesse permanecido em seu estado pré-cristão. No entanto, Paulo escreve: “... mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo...” (Fp 3:12-14).
Quaisquer realizações passadas que possam nos trazer honra, quaisquer desonras passadas que possam nos envergonhar, todas foram crucificadas com Cristo e não mais existem.
Mas a preocupação não se limita ao passado. Quando a mente dirige seu olhar ao futuro desconhecido, pode produzir situações aterrorizantes que também nos mantêm em estado crônico de preocupação. Essa preocupação com o futuro impede que estejamos atentos ao presente vivo. As tradições espirituais continuamente ressalvam esse problema. Um dos ensinos mais memoráveis de Jesus contém este contraste: “Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis (futuro) de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. (...) Olhai (presente) para as aves do céu...” (cf. Mt 6:25-34). Ele conclui o ensino com uma peça de humor negro que tem ajudado muitas pessoas a refrear a mente galopante: “Basta a cada dia o seu mal”.
Encarregar-se do momento presente, observando-o surgir e contribuindo para sua criação, é uma das primeiríssimas habilidades da vida espiritual.
“Venha, ó descendência de Jacó, Andemos na luz do Senhor!”
Isaías 2:5
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